Mais importantes dos sentidos felinos
Como o ser humano, os gatos vêem, cheiram, ouvem, tocam e saboreiam. Os sentidos felinos são, na sua maioria, muito mais desenvolvidos do que os nossos.
Cada pessoa tem cerca de cinco milhões de células olfativas no seu nariz, enquanto o gato tem aproximadamente duzentos milhões. Os gatos precisam apenas de um quinto da luz de que as pessoas precisam para verem à noite e conseguem ouvir sons aproximadamente quatro vezes mais distantes do que os humanos. Tudo isto é bastante impressionante, como o é a fantástica engenharia que compõe os seus bigodes.
Compreender de que formas os nossos felinos utilizam os seus sentidos para interagir com o ambiente ajuda-nos a compreendê-los e às suas ações. Também reforça uma realidade felina: os gatos são predadores. Podem ter sido domesticados, mas continuam a ser caçadores. Não é algo que façam para se entreter, é o que são e o que foram concebidos para ser.
Olhos e visão.
É costume dizer-se que os gatos conseguem ver no escuro, mas não é verdade, não mais do que nós conseguimos. Este mal entendido pode ter origem em dois factos:
- quando a sua visão está comprometida, os outros sentidos entram em cena para orientá-los;
- aquilo que para nós é escuro como breu não o é para os gatos.
Os seus olhos foram concebidos para o escuro, possuindo uma camada de células por baixo da retina que acumula e reflete a luz. Com luz fraca, os gatos dilatam as pupilas completamente, para aproveitarem o máximo de luz disponível. Isto permite-lhes verem em condições impossíveis para nós, e são estas células refletoras que dão aos olhos dos gatos a característica de brilharem no escuro. Os seu olhos orientados para a frente conferem-lhes a excelente percepção de profundidade de que os predadores precisam para saberem o exato momento de atacar a presa. Graças aos bastonetes (células fotorrecetoras que necessitam de pouca luz para funcionar, também responsáveis pelo campo de visão periférico) da sua retina, que funcionam como detetores de movimento, os gatos conseguem distinguir facilmente formas e movimento. O olhos do gato são os olhos de um caçador noturno, apetrechando-os com o que precisam para serem bem sucedidos. Tal é possível graças à acuidade visual-a capacidade de distinguir objetos- e da visão periférica. Apesar dos seus grandes olhos, os gatos, assim como os humanos, têm de virar a cabeça para ver o que não está à sua frente.
Uma vez que os seus olhos maximizam qualquer luz disponível, o sol direto pode ser excessivo para um gato. Para combater este facto, os gatos contaem as pupilas quando necessário, de modo a restringirem a quantidade de luz na sua retina. Ainda conseguem ver muito bem com as pupilas contraídas; na verdade, os gatos apenas não vêem bem as cores. A sua necessidade de distinguir cores é pequena e a sua capacidade limitada.
Os gatos e a televisão.
A maior parte dos donos pode comprovar que os gatos adoram ver televisão. Isto deve-se ao modo como o sinal de televisão é transmitido, o que leva os nossos caçadores felinos – especialistas em detectar movimento – a ver movimentos no ecrã que nós não conseguimos ver. Isto também pode explicar o motivo pelo qual os gatos ficam cativados por coisas que os seus parceiros humanos são incapazes de detetar. Quer se trate de uma aranha pequena subindo por uma janela ou um pássaro empoleirado na árvore do jardim das traseiras. Não admira, portanto, que inicialmente eles tenham sido domesticados para caçar pragas que de outra forma ter-se-iam espalhado sem serem detetadas.